A Terapia Comportamental Dialética

A Terapia Comportamental Dialética (DBT) é uma das terapias que compõem as Psicoterapias CognitivoComportamentais de Terceira Geração que eu pratico nas minhas consultas. Estas correspondem à última geração de psicoterapias, ou seja, as terapias psicológicas mais modernas e atuais, e com uma melhor relação entre custos e benefícios para as pessoas que procuram fazer psicoterapia.

A DBT foi desenvolvida para responder às necessidades particulares de pessoas mais sensíveis em termos emocionais, que experienciam as emoções de forma mais intensa, e que têm maiores dificuldades ao nível da regulação dos seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.

O termo “dialética” significa o equilíbrio entre dois objetivos a aceitação e a mudança que podem parecer, à primeira vista, objetivos opostos e contraditórios, mas que, na verdade, podem integrar-se para nos ajudar a alcançar um maior equilíbrio mental e emocional.

No contexto psicoterapêutico, a aceitação não significa resignação (como, muitas vezes, é interpretada), mas representa sim um importante passo para a mudança (Cláudia)

A Terapia Comportamental Dialética ajuda-nos no processo de aceitação – ou seja, aceitar as nossas emoções, pensamentos, comportamentos e aceitar nós próprios, tal como somos, independentemente daquilo que nos desagrada ou nos deixa desconfortável –, mas ajuda-nos também no processo de mudança – ou seja, mudar os nossos padrões de pensamento e comportamento, para nos sentirmos melhor connosco próprios e com a nossa vida.

Assim, embora a aceitação e a mudança possam parecer objetivos contraditórios, ao longo da terapia vamos apercebendo-nos que a aceitação permite-nos perceber melhor os nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos, e compreender a nós próprios de uma forma gentil e amigável. Por sua vez, essa compreensão, validação e aceitação incondicional, através de uma atitude gentil e amigável, sem julgamento de nós próprios, permite que a nossa mente se abra a novas perspetivas, possibilidades e aprendizagens. E assim aprendemos novas formas, mais saudáveis, funcionais e reconfortantes, de regular os nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos, aprendemos a dar novos significados e propósitos à nossa vida, e a relacionar-nos connosco próprios, com as outras pessoas, com o mundo e a vida, de uma maneira mais construtiva, positiva e satisfatória. É assim que a aceitação e a mudança, embora aparentemente contraditórias, quando são integradas em harmonia, tornam-se muito transformadoras para nós!

O desenvolvimento da DBT deve-se a Marsha Linehan, Psicóloga e Professora da Universidade de Washington, nos Estados Unidos da América. A terapia recorre a um conjunto diversificado de métodos psicoterapêuticos, desde as técnicas cognitivas e comportamentais (baseadas na Psicoterapia Cognitivo-Comportamental), as práticas de mindfulness, até outras técnicas psicoterapêuticas, cuja eficácia se encontra comprovada cientificamente.

A DBT pode ser usada, com sucesso, com qualquer pessoa, sendo particularmente benéfica para as pessoas mais sensíveis, que experienciam as emoções de forma intensa, pessoas com perturbação de personalidade borderline ou estado-limite, pessoas com depressão, com comportamentos autodestrutivos (ex., automutilações, tentativas de suicídio), com problemas de consumo de substâncias (ex., álcool, tabaco, drogas), com problemas do comportamento alimentar (ex., compulsão alimentar) e/ou dificuldades nas relações interpessoais e nos relacionamentos (ex., relações instáveis).

A Terapia Comportamental Dialética é eficaz quando praticada de forma isolada, mas demonstra maior sucesso (na ajuda que proporciona às pessoas que fazem esta psicoterapia) quando é praticada em conjunto com as outras terapias que compõem igualmente as Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais de Terceira Geração, ou seja, em combinação com a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, a Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness, a Terapia da Aceitação e Compromisso e a Terapia Focada na Compaixão.

A Psicoterapia é uma viagem de descobertas, aprendizagens, crescimento e desenvolvimento pessoal. Iniciar uma psicoterapia é um gesto de amor-próprio, porque decidimos cuidar de nós e das nossas emoções de forma gentil e amigável. É como aprendermos a dar a mão a nós próprios e a levarmo-nos ao colo (emocionalmente) ao longo da nossa vida, sobretudo, nos momentos mais difíceis… É uma experiência muito reveladora e transformadora, porque aprendemos a estar connosco próprios e a desfrutar da vida de uma forma muito mais harmoniosa, pacífica, serena, feliz e plena… (Cláudia)


Saiba mais:

As Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais de Terceira Geração

A Psicoterapia Cognitivo-Comportamental

A Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness

A Terapia da Aceitação e Compromisso

A Terapia Focada na Compaixão

A Psicoterapia para Adultos