A Terapia Humanista ou Centrada na Pessoa
A Terapia Humanista ou Centrada na Pessoa foi desenvolvida por Carl Rogers, durante os anos de 1940-50, para responder a algumas limitações que eram apontadas na altura à Psicanálise (também chamada de Terapia Psicanalítica).
Anteriormente, Freud na Psicanálise tratava as pessoas por “pacientes” e seguia uma abordagem médica, visto que era médico psiquiatra. Por seu lado, Rogers preferia designar as pessoas por “clientes” para salientar a relação não-hierárquica entre o terapeuta e a pessoa. Ao contrário de Freud, Rogers acreditava que, mais do que simplesmente aprofundar traumas inconscientes da infância, a terapia deveria ajudar as pessoas a criar mudanças nos seus estados emocionais. Segundo Rogers, a terapia não se tratava de “curar” as pessoas ou torná-las “normais”, mas sim de ajudá-las a melhorar o seu bem-estar e a sua qualidade de vida.
A Terapia Humanista centra-se, sobretudo, no estabelecimento de uma relação terapêutica de confiança com a pessoa, de forma a proporcionar-lhe um ambiente onde ela possa falar livremente, na expectativa de que assim possa expressar-se e desenvolver-se positivamente.
Apesar de os estudos científicos(*) demonstrarem resultados inconsistentes no que respeita à eficácia desta terapia, reconhece-se o importante contributo que Carl Rogers deu com a sua abordagem humanista. Esta abordagem, centrada na pessoa, veio revolucionar a prática psicoterapêutica ao chamar a atenção dos psicólogos e psicoterapeutas para a importância do estabelecimento de uma relação terapêutica de confiança com as pessoas, baseada em atitudes de empatia, genuinidade/autenticidade, aceitação incondicional, respeito e não-julgamento pela pessoa.
Atualmente, embora a prática desta terapia, por si só, possa ser insuficiente (visto que, estabelecer uma relação terapêutica de confiança e deixar a pessoa falar livremente, não chega para ajudar as pessoas a ultrapassarem as suas dificuldades), reconhece-se que os pressupostos desta abordagem humanista devem reger a prática clínica de qualquer psicólogo ou psicoterapeuta nos dias de hoje.
A principal limitação que é apontada a esta abordagem terapêutica – à semelhança do que é apontado à Terapia Psicanalítica (Psicanálise) e à Terapia Psicodinâmica – é a sua incapacidade de fornecer técnicas e estratégias que permitam às pessoas mudar e gerir as suas emoções, sentimentos, pensamentos e comportamentos…
Se procura ajuda psicológica ou psicoterapêutica, saiba que existem muitas psicoterapias atualmente, diferentes nos seus pressupostos, métodos e técnicas terapêuticas. Algumas terapias estão melhor estudadas cientificamente e têm resultados comprovados de maior eficácia e sucesso, do que outras(*)… Se quiser saber mais sobre este tema, poderá interessar-lhe o meu texto “Que tipos de Psicoterapias existem?“.
Saiba mais:
– Que tipos de Psicoterapias existem?
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(*) Fontes e referências:
Depreeuw, B., Eldar, S., Conroy, K., & Hofmann, S.G., (2017). Psychotherapy Approaches. International Perspectives on Psychotherapy. Springer International Publishing.