Vantagens e desvantagens das Consultas de Psicoterapia à Distância
As consultas de psicoterapia à distância apresentam vantagens e desvantagens em relação às consultas presenciais. Apresento-lhe em seguida as principais vantagens e desvantagens, muitas das quais estão já documentadas desde 2004 em diversos estudos científicos(*):
- Permitem o acesso facilitado aos serviços psicoterapêuticos por pessoas:
- …que se encontram em qualquer parte de Portugal e do mundo;
- …com constrangimentos de tempo ou de deslocação;
- …com incapacidades físicas ou mobilidade condicionada;
- …com alguma condição de doença incapacitante ou impeditiva do contacto presencial (ex., doença contagiosa como COVID-19) ou, ainda, em isolamento profilático;
- …com dificuldade de sair de casa (ex., fobia ou ansiedade social, agorafobia, etc.);
- …que prefiram a modalidade de atendimento à distância;
- E outras;
- Tornam possível iniciar e/ou manter um acompanhamento psicoterapêutico, de forma segura e protegida, mesmo quando estamos numa situação mundial adversa (ex., situação pandémica de COVID-19);
- No caso particular da pandemia de COVID-19, as videoconsultas têm a vantagem de permitir que os intervenientes (a pessoa e o psicoterapeuta) possam estar durante a consulta sem máscara, podendo observar os rostos um do outro. A observação do rosto é um aspeto essencial para que a pessoa consiga estabelecer uma relação de confiança com o seu psicoterapeuta.
- Proporcionam o acesso fácil aos serviços psicoterapêuticos a partir do conforto de casa, do local de trabalho ou outro local à escolha da pessoa (desde que garanta a sua privacidade e à vontade para falar na videoconsulta);
- Possibilitam realizar a psicoterapia, respeitando os princípios de ética e deontologia (tal como as consultas presenciais), visto que as consultas à distância constituem uma prática profissional devidamente reconhecida e regulamentada, em termos legais, pelo código deontológico da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP).
As consultas de psicoterapia à distância podem ter as seguintes desvantagens:
- Não constituem a melhor opção para as pessoas com uma maior necessidade de contacto físico e presencial;
- Podem criar uma maior hesitação, sobretudo antes de iniciar a primeira consulta, devido à distância física, o que tende a desaparecer após o início da primeira consulta, assim que a relação terapêutica é estabelecida e a pessoa se sente confortável para falar, tal como na consulta presencial;
- Pode haver uma maior dificuldade em aceder à comunicação não-verbal, sobretudo no caso de teleconsulta (consulta telefónica), o que geralmente não constitui um problema no caso de videoconsulta (consulta por vídeo), uma vez que é possível os intervenientes se verem.
Assim, as consultas de psicoterapia à distância apresentam vantagens e desvantagens, tal como as consultas presenciais também apresentam vantagens e desvantagens.
Se procura fazer psicoterapia, saiba que, mais importante do que a modalidade das consultas ser presencial ou à distância, o que vai ser mais determinante para o sucesso da sua psicoterapia e para o seu bem-estar psicológico é o tipo de psicoterapia que vai fazer… Existem muitas psicoterapias atualmente, diferentes nos seus pressupostos, métodos e técnicas terapêuticas. Algumas estão melhor estudadas cientificamente e têm resultados comprovados de maior eficácia e sucesso, do que outras… Se quiser saber mais sobre este tema, poderá interessar-lhe o meu texto “Que tipos de Psicoterapias existem?“.
Saiba mais:
– Qual a eficácia das Consultas de Psicoterapia à Distância?
– Que tipos de Psicoterapias existem?
– As Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais de Terceira Geração
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(*) Fontes e referências:
Barak, A., Hen, L., Boniel-Nissim, M., & Shapira, N. (2008). A comprehensive review and a meta-analysis of the effectiveness of internet-based psychotherapeutic interventions. Journal of Technology in Human Services, 26, 109-160.
Spek, V., Cuijpers, P., Nyklıcek, I., Riper, H., Keyzer, J., & Pop, V. (2007). Internet based cognitive behaviour therapy for symptoms of depression and anxiety: A meta-analysis. Psychological Medicine, 37, 319–328.
Wantland, D. J., Portillo, C. J., Holzemer, W. L., Slaughter, R., & McGhee, E. M. (2004). The effectiveness of web-based vs. non-web-based interventions: A metaanalysis of behavioral change outcomes. Journal of Medical Internet Research, 6 (4:e40).
